“Pangarés” não vivem só de sonhos
Tempo! Quanto tempo? Em 7 semanas temos um coração. Em 40 nos formamos e nascemos. E nossos sonhos? Em quanto tempo eles nascem? Um meu conto a você agora…
Não tenho resultados nem tempos que chamem atenção, talvez porque eu seja o legítimo representante da “turma do fundão”. Sim, faça parte daquele pessoal que completa prova, com a ambulância logo atrás, aquele que os fiscais mais incentivam (para acabar logo e irem embora), e isso não me incomoda. Talvez meu talento seja a persistência ( minha esposa diz “cabeça dura” ), talvez nunca na vida eu suba a um pódio, mas minha motivação é outra, minha motivação é contra meus próprios limites e a curiosidade de até onde posso ir. Engraçado que pessoas com bons rendimentos não têm sonhos, elas tem metas, alvos, objetivos! E quando perguntam para um pangaré como eu, dizem: Paulo, qual seu sonho? Dou risada, me divirto – que preconceito com esse gordinho pangaré aqui! Mesmo assim quero ser um pangaré que sonho ser um PRO que cumpre metas! (nada contra as metas e os PRO, você me entende certo?!!) .
A maratona realmente é algo mágico e pelo fato de ter sido na Disney acredito que tenha maiores requintes de magia. Chegamos cedo, peguei o ônibus das 3h40 junto com meu amigo MIke, pontualmente as 4h estamos no local da concentração. Estrutura invejável, fantástica! Estava bem frio, não sei ao certo a temperatura, mas tinha visto que ao longo do dia chegaria a 23 graus. O sol nasceria às 7h, então arrisquei e não mudei em nada a roupa que estava acostumado a treinar, não queira que nada atrapalhasse o que sabia que seria um grande desafio.
Camiseta que mais gostava de correr, short, não coloquei segunda pele nem legging. O frio me incomodava, mas sabia que se eu fosse bem agasalhado depois durante a prova isso me atrapalharia como me atrapalhou na meia de Buenos Aires. Do local onde o ônibus nos deixou fomos em direção às baias. Uma caminhada de aproximadamente 10 minutos, encontrei a minha baia, entrei, olhei, andei para lá e para cá, estava frio. Sentei no chão, coloquei meus fones e tentei relaxar. De repente vejo todos se levantarem subitamente e assim que tiro os fones para entender ouço que cantavam o hino americano. Foi de arrepiar. Logo depois largada de cadeirantes e largada das baias com intervalo de tempo para não “encavalar” os competidores. Minha programação era usar os 5 km iniciais fossem para aquecimento, pois além do frio, tive 4 distensões musculares ( 3 panturrilha direita e 1 na esquerda) no segundo semestre de2013. Um dos últimos músculos que aquecem durante a corrida são as panturrilhas e são os primeiros a esfriarem.
Tentei segurar meu ímpeto no início (graças a Deus sou lento por natureza, então foi fácil não ser rápido no início) e manter a concentração, pois distrações não faltam – a prova é extraordinariamente bela. Eu também sabia que o tempo de corte para desqualificar um atleta era altíssimo, se não me engano 9h30 para completar a prova, logo, uma prova ideal para mim!!
Passados os 5 km e tudo bem. Nos 10 km, só alegria; os 15k uma maravilha. Quando cheguei aos 21 km e me sentia bem com a certeza que iria completar; nos 25k me senti o super herói (doce ilusão da endorfina). Aí vieram os 30 km e as dores musculares invadiram como penetras minha linda festa. Na minha cabeça eu dizia: “vamos buscar os 35!” E isso me manteve alerta e focado, nos 35k muito dor na lateral do joelho esquerdo, aproveitei para parar no posto de hidratação, pegar e passar um gel, parecido com o gelol aqui do Brasil, passei no joelho e me alonguei. Nos 35 estávamos em Hollywood Studios, nem curti muito devido à exaustão. Saindo de lá acredito que tenhamos passado por um resort do Epcot,antes de chegarmos ao Epcot. Nesse resort não volto nunca mais! Primeiro porque deve ser muito caro e segundo foi lá que tive a sensação que meu corpo tinha “apagado”. Difícil explicar. Comecei a caminhar e senti que a dor caminhando ou correndo no meu “pace do elefantinho” era a mesma, então que eu abreviasse logo e fosse o mais rápido!
Ao enxergar o globo do Epcot foi só alegria! Sabia que estava chegando, tinha prometido a medalha para minha esposa e foi isso que me motivou na hora que o corpo “morreu”e a mente entrou em curto. Eu tinha que levar essa medalha. Assim que vi o portal de chegada, comecei a chorar sem controle (já não mandava no corpo fazia tempo mesmo), agradeci a Deus por ter conquistado um dos meus vários sonhos!
Meu tempo? Foram 6h08’28” !! Esse foi meu tempo, minha corrida, padrão pangaré, representando a turma do fundão. Mas esta é a minha história, o meu sonho e sempre serei um pangaré sonhador e com muito orgulho, sim senhor!
Como diz minha querida amiga Fernanda Ferraresi Fernandes, a FFF: “falta muito para janeiro de 2015?”
TEMPO! Quanto tempo? Em 7 semanas temos um coração. Em 40 nos formamos e nascemos. E nossos sonhos? Em quanto tempo eles nascem? Um meu conto a você agora…
Não tenho resultados nem tempos que chamem atenção, talvez porque eu seja o legítimo representante da “turma do fundão”. Sim, faça parte daquele pessoal que completa prova, com a ambulância logo atrás, aquele que os fiscais mais incentivam (para acabar logo e irem embora), e isso não me incomoda. Talvez meu talento seja a persistência ( minha esposa diz “cabeça dura” ), talvez nunca na vida eu suba a um pódio, mas minha motivação é outra, minha motivação é contra meus próprios limites e a curiosidade de até onde posso ir. Engraçado que pessoas com bons rendimentos não têm sonhos, elas tem metas, alvos, objetivos! E quando perguntam para um pangaré como eu, dizem: Paulo, qual seu sonho? Dou risada, me divirto – que preconceito com esse gordinho pangaré aqui! Mesmo assim quero ser um pangaré que sonho ser um PRO que cumpre metas! (nada contra as metas e os PRO, você me entende certo?!!) .
A maratona realmente é algo mágico e pelo fato de ter sido na Disney acredito que tenha maiores requintes de magia. Chegamos cedo, peguei o ônibus das 3h40 junto com meu amigo MIke, pontualmente as 4h estamos no local da concentração. Estrutura invejável, fantástica! Estava bem frio, não sei ao certo a temperatura, mas tinha visto que ao longo do dia chegaria a 23 graus. O sol nasceria às 7h, então arrisquei e não mudei em nada a roupa que estava acostumado a treinar, não queira que nada atrapalhasse o que sabia que seria um grande desafio.
Camiseta que mais gostava de correr, short, não coloquei segunda pele nem legging. O frio me incomodava, mas sabia que se eu fosse bem agasalhado depois durante a prova isso me atrapalharia como me atrapalhou na meia de Buenos Aires. Do local onde o ônibus nos deixou fomos em direção às baias. Uma caminhada de aproximadamente 10 minutos, encontrei a minha baia, entrei, olhei, andei para lá e para cá, estava frio. Sentei no chão, coloquei meus fones e tentei relaxar. De repente vejo todos se levantarem subitamente e assim que tiro os fones para entender ouço que cantavam o hino americano. Foi de arrepiar. Logo depois largada de cadeirantes e largada das baias com intervalo de tempo para não “encavalar” os competidores. Minha programação era usar os 5 km iniciais fossem para aquecimento, pois além do frio, tive 4 distensões musculares ( 3 panturrilha direita e 1 na esquerda) no segundo semestre de2013. Um dos últimos músculos que aquecem durante a corrida são as panturrilhas e são os primeiros a esfriarem.
Tentei segurar meu ímpeto no início (graças a Deus sou lento por natureza, então foi fácil não ser rápido no início) e manter a concentração, pois distrações não faltam – a prova é extraordinariamente bela. Eu também sabia que o tempo de corte para desqualificar um atleta era altíssimo, se não me engano 9h30 para completar a prova, logo, uma prova ideal para mim!!
Passados os 5 km e tudo bem. Nos 10 km, só alegria; os 15k uma maravilha. Quando cheguei aos 21 km e me sentia bem com a certeza que iria completar; nos 25k me senti o super herói (doce ilusão da endorfina). Aí vieram os 30 km e as dores musculares invadiram como penetras minha linda festa. Na minha cabeça eu dizia: “vamos buscar os 35!” E isso me manteve alerta e focado, nos 35k muito dor na lateral do joelho esquerdo, aproveitei para parar no posto de hidratação, pegar e passar um gel, parecido com o gelol aqui do Brasil, passei no joelho e me alonguei. Nos 35 estávamos em Hollywood Studios, nem curti muito devido à exaustão. Saindo de lá acredito que tenhamos passado por um resort do Epcot,antes de chegarmos ao Epcot. Nesse resort não volto nunca mais! Primeiro porque deve ser muito caro e segundo foi lá que tive a sensação que meu corpo tinha “apagado”. Difícil explicar. Comecei a caminhar e senti que a dor caminhando ou correndo no meu “pace do elefantinho” era a mesma, então que eu abreviasse logo e fosse o mais rápido!
Ao enxergar o globo do Epcot foi só alegria! Sabia que estava chegando, tinha prometido a medalha para minha esposa e foi isso que me motivou na hora que o corpo “morreu”e a mente entrou em curto. Eu tinha que levar essa medalha. Assim que vi o portal de chegada, comecei a chorar sem controle (já não mandava no corpo fazia tempo mesmo), agradeci a Deus por ter conquistado um dos meus vários sonhos!
Meu tempo? Foram 6h08’28” !! Esse foi meu tempo, minha corrida, padrão pangaré, representando a turma do fundão. Mas esta é a minha história, o meu sonho e sempre serei um pangaré sonhador e com muito orgulho, sim senhor!
Como diz minha querida amiga Fernanda Ferraresi Fernandes, a FFF: “falta muito para janeiro de 2015?”
Paulo Brasil Júnior é médico, casado, ex-obeso, sonha em ser atleta e acredita que o esporte é uma das bases fundamentais para transformar indivíduos e a sociedade. Em 2014 iniciará sua carreira em provas de longa distância e endurance. Escreve também em seu blog pessoal “De médico, gordo e atleta”.
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sensacional esse depoimento maratonista, realmente as coisa pioram no km 25 , na maratona de sao paulo senti isso foi uma luta km a km até fazer o corpo saber que tinha mais 17 kms, graças a DEUS terminei a mais insana de todas e se DEUS quiser estarei com vc , meu orgulho !!!!!
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