O ferro é um nutriente essencial ao organismo, associado à produção de glóbulos vermelhos e ao transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo.
A anemia por deficiência de ferro, ou anemia ferropriva, é a mais comum de todas as anemias, independentemente do estrato socioeconômico do indivíduo.
Ela pode instalar-se por carência nutricional, parasitoses intestinais, ou durante a gravidez, o parto e a amamentação. Pode também ocorrer por perdas expressivas de sangue, em virtude de hemorragias agudas ou crônicas por via gastrintestinal ou como conseqüência de menstruações abundantes.

Os alimentos constituem as principais fontes de ferro e podem oferecer dois tipos diferentes desse nutriente: o ferro heme e o ferro não-heme. O primeiro, encontrado especialmente na carne vermelha e no fígado de todos os animais, assim como na carne das aves, peixes e nos ovos, é melhor aproveitado pelo organismo. A absorção do ferro não-heme, existente nas verduras de folhas escuras (espinafre, brócolis, couve, salsa, etc.), leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico, ervilhas, etc.); frutas (uvas, maçãs, nozes, amêndoas, castanhas, etc.) é menor e menos eficiente.
Diagnóstico

imagem (ultrassom, endoscopia) para investigar a origem de possíveis perdas de sangue são passos importantes para estabelecer o diagnóstico.
Hemoglobina e Hematócrito: O valor baixo da hemoglobina e do hematócrito de uma pessoa diz que ela tem anemia, mas não pode elucidar qual tipo de anemia.
• Hemograma completo: dirá se a anemia é microcítica (possui VCM abaixo do normal).
• Ferro sérico: dosagens baixas de ferro podem indicar uma anemia ferropriva. O ferro também diminui em casos de doenças crônicas, neoplasias, entre outras.
• Dosagem de transferrina: apresenta-se em quantidade aumentada na anemia ferropriva.
• Ferritina: proteína achada principalmente no fígado, armazena íons de ferro. Quando não tem ferro armazenado, essa proteína é chamada apoferritina. Sua dosagem indica a quantidade de ferro armazenado.
• TIBC: Capacidade de ligação de ferro total (TIBC) está aumentado para compensar a deficiência.
• Aspirado de medula óssea: é muito invasivo para ser usado normamente por isso não é muito utilizado. Quando usado, avalia-se a presença de ferro usando-se corante especial para ferro, o corante azul da Prússia. Ao observar-se os macrófagos na medula, observa-se a presença de ferro. Utilizado para diagnóstico diferencial de anemia sideroblástica. .
Ferro e cirurgia bariatrica
A anemia pode afetar dois terços dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sendo geralmente provocada pela de- ficiência de ferro. Em pacientes submetidos ao BGYR, tal deficiência varia entre 20%-49%32,37,40. Entre os pacientes superobesos a anemia é relatada entre 35%-74% e a defici- ência de ferro pode atingir 52% no pós-operatório tardio41.
Em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, a quan- tidade de ingestão diária de ferro elementar (sulfato ferro- so ou fumarato ferroso) deve atingir 40 a 100 mg/d, embo- ra a eficácia do tratamento profilático a longo prazo seja desconhecida32.
A quantidade de ferro elementar presente na maioria dos polivitamínicos comerciais geralmente é pequena (10 a 20 mg por comprimido), sendo considerada insuficiente para evitar a deficiência de ferro em pacientes submetidos ao BGYR. As recomendações atuais para a prevenção da deficiência de ferro incluem a administração de 40 a 65 mg de ferro elementar por dia (200 - 400 mg de sulfato de ferro). Nas mulheres em idade reprodutiva, as recomen- dações aumentam para 100 mg de ferro elementar por dia (400 a 800 mg de sulfato ferroso)10,35,42. Dessa forma, a história clínica de anemia, alterações nos valores labo- ratoriais, idade, sexo e considerações reprodutivas devem ser analisadas.
TRATAMENTO

Atualmente, os polivitamínicos disponíveis comer- cialmente, principalmente nos EUA, não possuem ferro em sua composição para que essa reposição seja realizada obrigatoriamente de forma isolada e em horários diferen- tes do dia. É importante considerar as características de absorção do diversos tipos de suplementação de ferro dis- poníveis no mercado:
Fumarato ferroso: 33% de ferro elementar, geralmente bem tolerado pelos pacientes, e apresenta boa absorção do mineral.
Sulfato ferroso: apenas 20% de ferro elementar e apresenta maiores efeitos gastrointestinais.
Ferronil: 98% de ferro elementar, ferro elementar, com partículas bem reduzidas.
O ideal é que o suplemento de ferro seja acompanha- do de vitamina C e de frutooligossacarídeos para prevenir a constipação, melhorar a flora intestinal e proporcionar melhor absorção do mineral. Outra consideração impor- tante relaciona-se à interação desse mineral com outros elementos, como o cálcio e o fitato45, por isso é importan- te sua suplementação de forma isolada e em jejum. Além disso, a deficiência de cobre pode provocar anemia, sendo recomendada por alguns autores a suplementação de 900 μg/d de cobre ou suplementação adicional de 50 a 200 μg/d, de acordo com a técnica cirúrgica utilizada36.
O tempo de tratamento é determinado pelo médico mas nunca deve ser inferior a 90-120 dias pois este é o tempo necessário para completa substituição das hemácias circulantes no organismo.
Em estado avançado, a consulta médica é necessária, pois pode haver necessidade de uma transfusão de sangue.
No caso de hemoglobine e Hematocrito quase no limite tb é bom suplementar cm ferro?
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