Dentro de cada célula do nosso corpo existe um forno chamado de mitocôndria. Imagine-se diante de um fogo quente e crepitante. Ele arde com segurança e tranqüilidade a maior parte do tempo. Mas, de quando e quando, lança cinzas que caem em seu tapete e abrem nele pequenos buracos. Uma única cinza não oferece muito perigo; mas se essas centelhas e estouros continuarem mês após mês, ano após ano, você acabará com um tapete esfarrapado em frente à lareira.
De modo similar, essa estrutura microscópica dentro da célula - a mitocôndria - processa o oxigênio pela transferência de elétrons para gerar energia na forma de ATP, liberando água como subproduto. Essas reações químicas ocorrem sem problemas em 98% das vezes. Porém, a complementação total de quatro elétrons necessária para reduzir o oxigênio para água nem sempre ocorre como o planejado, e um "radical livre" se produz.
As cinzas da lareira representam os radicais livres, e o tapete representa seu corpo. A parte do seu corpo que receber o maior dano por radicais livres será a primeira a se desgastar e, potencialmente, a desenvolver doenças degenerativas.
Imagine assim:
- Se forem os seus olhos, você pode desenvolver degeneração macular ou catarata
- Se forem seus vasos: infarto ou AVC
- Articulações: Artrite
- Cérebro: Alzheimer ou Parkinson
Com o passar do tempo, nossos corpos podem ficar como aquele tapete em frente à lareira: todo danificado.
Esse estresse oxidativo é a causa subjacente de quase todas as doenças degenerativas crônicas. Embora isso tudo ocorra internamente, é muito mais fácil observar o estresse oxidativo que se dá na superfície externa do corpo, a pele. A pele é o espelho da parte interna do nosso corpo!!
Como eu disse, estamos descobrindo, por meio de pesquisas bioquímicas, que a causa subjacente das doenças degenerativas e , provavelmente, do próprio processo de envelhecimento, é o estresse oxidativo causado pelos radicais livres.
Deus não nos deixou indefesos frente às arremetidas dos radicais livres. Na verdade, quando observo a intricada complexidade de nosso sistema defensivo antioxidante, sinto uma imensa gratidão por quão maravilhosa e magnificamente somos feitos. Temos, a bem dizer, nosso próprio exército de antioxidantes, que são capazes de neutralizar os radicais livres e torná-los inofensivos. Os antioxidantes são como as portinholas de vidro ou as telas de arame fino que instalamos em frente à lareira. As fagulhas ( radicais livres) ainda voarão; todavia, seu tapete (seu corpo) estará protegido.
Um antioxidante é qualquer substância que possa liberar um elétron para um radical livre e compensar o elétron desemparelhado, o que neutraliza esse radical livre. Mesmo nosso corpo tem a capacidade de criar antioxidantes próprios. Na verdade, o corpo gera três grandes sistemas defensivos antioxidantes: superóxido disputasse, a catalase e a glutationa peroxidase. Não é importante que você memorize esses nomes, mas é importante que perceba que possuímos um sistema natural de defesas antioxidante.
O equilíbrio é a chave para vencer essa guerra sustentada. Devemos manter a ofensiva e a defensiva equiparadas. Para vencer, nosso corpo precisa estar sempre armado com mais antioxidantes do que radicais livres.
A maioria dos antioxidantes que obtemos advém de vegetais e frutas. Os antioxidantes mais comuns são a vitamina C, a vitamina E, a vitamina A e o betacaroteno. Podemos obter diversos outros antioxidantes de nossa alimentação; esses incluem a conezia Q10, o ácido alfalipóico e os coloridos antioxidantes flavonóides. É importante compreender que os antioxidantes funcionam em sinergia uns com os outros para desarmar radicais livres em áreas distintas do corpo. A exemplo dos posicionamentos variados das defesas militares, cada um desses antioxidantes tem funções específicas. Alguns chegam a ter a capacidade de regenerar outros antioxidantes, podendo neutralizar um número maior de radicais livres. Por exemplo, a vitamina C é solúvel na água, sendo portanto o antioxidante ideal para lidar com radicais livres no sangue e plasma. A vitamina E é solúvel na gordura, sendo o melhor antioxidante dentro da membrana celular. A Glutationa é o melhor antioxidante dentro da célula em si. O ácido Alfalipóico funciona tanto dentro da membrana celular como no plasma/ A vitamina C e o ácido alfalipóico têm a capacidade de regenerar a vitamina E e a glutationa, de modo que essas possam ser reutilizadas.
Quanto mais antioxidantes, melhor!! Nossa meta é ter antioxidantes em número mais do que o suficiente para neutralizar os radicais livres que produzimos. Isso só ocorrerá se tivermos um exército completo e equilibrado de antioxidantes disponível a todo momento.
No proximo post vamos falar sobre o que causa o estresse oxidativo e como podemos turbinar nossa produção de antioxidantes.
Tratando saúde com saúde. Medicina nutricional: a alimentação como remédio
Incrível máquina, um trabalho minucioso de um Artista indescritível pelo viés humano! Ótimo texto Dr. Paulo....
ResponderExcluirQuando puder visite meu blog tb! ;)
Ótima sábado pra vc.
eutambemposso.blogspot.com.br